O que era a Megafauna?
O termo megafauna se refere a todos os animais de grandes proporções, mais especificamente, descreve os animais terrestres pouco maiores do que um ser humano que, em geral, não são domesticados. São incluídos neste grupo as espécies aquáticas gigantes, especialmente baleias; os maiores animais silvestres terrestres existentes, especialmente os elefantes, girafas, hipopótamos, rinocerontes e grandes bovinos; e também os dinossauros e outros répteis gigantes já extintos.
Entretanto, quando se diz megafauna, a associação mais comum é o conjunto dos animais pré-históricos de grandes proporções que conviveram com a espécie humana, e desapareceram no final do período Pleistoceno, a Era do Gelo.
Estes animais - muitas vezes maiores do que suas contrapartes modernas, como por exemplo o mamute -, foram extintos há 10.000-40.000 anos atrás, principalmente no norte da Eurásia, nas Américas e a Austrália.
A extinção da megafauna foi um evento de extinção em massa que ocorreu simultaneamente em diferentes lugares do globo. A ciência especula que o desaparecimento destes animais teria ocorrido por um conjunção de fatores climáticos (o aquecimento do planeta com o fim da Era do Gelo e o início do período Holoceno) e também por fatores antrópicos (a coexistência com a espécie humana, que pode ter dizimado essas diversas espécies através da competição por alimentos ou pela ação direta da caça).
Os representantes da megafauna foram extintos em todos os lugares do mundo, exceto no continente africano. Na savana africana ainda são encontrados os grandes animais remanescentes da megafauna extinta, como o elefante africano, o maior animal terrestre do mundo; a girafa, o mais alto; e o maior dos felinos, o leão. A sobrevivência desta megafauna se explica pelas mesmas razões que extinguiram as demais: as mudanças climáticas entre o fim do Pleistoceno e inicio do Holoceno, na maior parte dos continentes transformou as savanas, um ambiente propício para grandes animais, em florestas densas devido ao aumento da umidade.
Esse mesmo fenômeno agiu de forma contrária na África, transformando desertos em savanas. Outro ambiente menos afetado pelos fatores climáticos e antrópicos da Era do Gelo foram os ecossistemas marinhos. Algumas espécies atuais também podem ser consideradas remanescentes da megafauna, como a baleia azul e o tubarão-baleia. Infelizmente, hoje a maioria corre risco de extinção em razão dos avanços humanos que permitiram a pesca e a caça em largas escalas.
No período do Pleistoceno, a América do Sul se parecia muito com a savana africana atual. E os dinossauros, desaparecidos com o fim do período Cretáceo, deram lugar a uma megafauna sul-americana: mastodontes, antepassados dos elefantes, preguiças gigantes de cinco toneladas e os gliptodontes, tatus do tamanho de um pequeno carro. No Brasil, sítios paleontológicos da região sudoeste do Estado do Piauí, como a Serra da Capivara, são uma das regiões de maior concentração de fósseis da megafauna Pleistocênica da América intertropical. Aqui, a extinção da megafauna se deu quase exclusivamente por fatores climáticos do aumento da umidade, uma vez que a glaciação da Era do Gelo não ocorreu. Os cerrados dominavam o cenário, mas foram reduzidos pela alteração do clima. Por isso hoje, numa região que seca onde a caatinga predomina, são achados tantos fósseis de animais da megafauna.
FONTE: www.oeco.org.br
Imagem: Divulgação